"A pobreza é a pior forma de violência" (M. Gandhi)

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"A pobreza é a pior forma de violência" (M. Gandhi)

terça-feira, 3 de maio de 2011

A SOLIDARIEDADE EM DESTAQUE

Como medir a pobreza? A fome? O nada ter? Afinal o que é isso de “nada ter”? Para nós, muitas vezes, põe-se o problema entre o Ser e o Ter em que ganha quase sempre, neste mundo em que vivemos, o Ter porque este se confunde profundamente com o Ser. Eu sou aquilo que tenho! E em que termos medimos o que temos e assim o que somos? Vamos comparar com o quê? Com o que sentimos que queremos ou devemos Ter? Quem poderá medir tal coisa?

Mas para muitos, diria mesmo grande parte da população mundial, estas questões nem se põem pois trata-se de uma outra questão mais básica, mais premente, mais urgente: a sobrevivência: onde me posso abrigar? Terei algo para comer, limitar-me-ei a chupar pedrinhas para salivar e assim enganar a fome? Estarei segura? O triste é que isto acontece na maioria das vezes com crianças as quais, a braços com esta questão básica e instintiva da sobrevivência, nem sabem que podem sonhar, que existe algo que se chama futuro e que se, ah, se as coisas fossem um pouquinho diferentes, até podiam…até podiam Ser, pois para elas não existiria o Ter acima de tudo, mas sim o Ser! Digo-o e afirmo-o com conhecimento de causa. Sei do que falo. A minha experiência com as crianças do Centro Wanalea no Quénia revelou-me algo que, afinal, devia servir de exemplo a muitos de nós, inclusive eu, isto é o que poderei Ser e não o que poderei Ter.

Aqui voltamos ao início da questão: para que estas crianças possam Ser, alguém deve Ter para que elas construam o seu sonho, realizem o seu futuro. Deste modo, ponhamos a solidariedade em destaque e abandonemos um pouco o nosso Ter para que estas crianças e outras como elas possam Ser.

É em momentos difíceis, como o que sem dúvida passamos, em que vemos o nosso Ter tão ameaçado quase que confundido com sobrevivência, com o essencial, que devemos Solidariedade àqueles que, esses sim, nada têm, nem mesmo o sonho de Ser.

E, acima de tudo sejamos altruístas e não abandonemos aqueles que não podem ser abandonados, e contrariemos assim esta tendência do individualismo puro e egoísta que nos colocou nesta alhada de mundo em que vivemos.

Agradeço profundamente a todos os padrinhos e madrinhas das crianças do Centro Wanalea no Quénia e a todos aqueles que me apoiam com as suas Dádivas de Esperança, sejam elas em que forma forem, tantas vezes uma palavra de apreço e incentivo, pois colocam o Ser destas crianças acima do vosso Ter.
Bem hajam.


Laura Vasconcellos

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